Posted byDaniel | | à(s) 23:47 |

Olá.
A convite do amigo Donovan, cá estou eu a colaborar para as Cenas do meu (nosso) tempo.
Quero inaugurar a minha participação neste "nostalgic journal" com aquela que é provavelmente a minha melhor memória de infância.

Deveria correr o ano de 92 ou 93. A minha mãe trabalhava num clube de video da zona que se dedicava ao aluguer de VHS, CDs (!) e outros formatos de media. Um belo dia chega ao clube de video uns aparelhos meio quadrados com uma entrada que dava acesso a uma ranhura muito semelhante a um VCR. Apesar de trazer ainda uma pequena caixinha com uns desenhos engraçados não liguei muito, pois naquela altura estava mais interessado em ir ver as VHS dos Caça-Fantasmas ou do lendário He-Man; mal sabia eu o que estava a ignorar.
No meu aniversário seguinte é-me oferecido um destes aparelhos e, meus amigos, a minha vida mudou completamente. Basta dizer que, embora indirectamente, influenciou a maior parte da minha vida, inclusive a minha carreira. Para os mais desatentos, falo obviamente da velhinha Famicom ou se quiserem NES.



Foram horas que passei agarrado a maquineta que anteriormente tinha decidido desprezar. Este meio de entertenimento vanguardista agarrou-me de tal modo que todo o meu dia de aniversário passou de uma maneira incrivel: amigos vieram e foram, prendas abriram-se, comida que se comeu e caiu ao chão, e eu nao dei por NADA! Foi a tal ponto que graças à minha dedicada atitude à consola fez com que aquele fôsse o último aniversário ao qual eu tivesse tido uma grande festa com todos os meus amigos (fôsse ou não essa a razão, foi a isso que a minha jovem mente associou). Mas desenganem-se os que pensam que graças a isso criei alguma inimizade com o mundo dos videojogos. Estava apenas a começar. Depois de passar incontáveis horas a caçar patos no "Duck Hunt", a armar-me em palhaço no "Circus Charlie" e em corridas alucinantes no "Rad Racer" (que note-se era um jogo em 3D!) estava claro que a minha vida seria para sempre ligada a estes meios de entertenimentos.



Era tão apaixonado por esta consola que apenas ela me chegou até quase ao virar do século, uma altura em que já se compravam destas consolas por tuta e meia em qualquer chinês ou marroquino e que tinham assumido a nova denominação de "Consolas rascas". É verdade que a minha consola seguinte (a famosa PSX, da qual falaremos noutra Cena) dava uma tareia tão grande à velhinha Famicom que creio que se durante os próximos meses me falassem em Famicoms o meu cérebro trataria de suprimir qualquer tentativa de memória das mesmas; no entanto a Famicom, e quem teve uma confirmará o que digo, ficou marcada para sempre nas nossas vidas. A tal ponto de mais tarde ter deixado a PSX mtas vezes de lado para montar a Famicom para ir matar mais uns patitos ou desafiar mais uns cowboys do "Wild West". Confesso que ainda hoje, que tenho uma PS3, uma Wii e um computador capaz de correr os titulos mais recentes, ainda me dá imensa vontade de pegar naquela parafernália de cabos, adaptadores e transformador e ir andar aos tiros a animações pitorescas de patos.

Quem sabe um dia..

  1. Ena beeeem, o DUCK HUNT. Priceless.

Enviar um comentário

Designer Webdesigner

Copyright 2010 Cenas do Nosso Tempo